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domingo, 17 de janeiro de 2010

Pura Decadência

Olha o mar, mas que bonito está hoje! - Dizia eu á minha mãe cada Domingo, em que com tanto entusiasmo, me enrolava livremente pela areia desta praia maravilhosa, tendo ou não tendo todas as pessoas, umas gordas outras magras, outras até mesmo por meio estremo, dormindo em plena praia, apenas se protegendo com um fraco protector de sol (20), a maior parte, apenas pelos seus únicos dois dias de descanso.
Nunca souberam ver este mar, como eu o vejo. Olho para além, desta cor azul meia desvanecida lá para o fundo, do que estas redes, se deslocando para esta areia já preta e mortífera como está, trazendo uns belos carapaus, aflitos com o que vêm, se é que têm noção de tudo o que está a acontecer.
Destruíram tudo em tão poucos anos..
Bem me lembro de em pequenita, poder correr mundos aqui, quando hoje, até receio tenho de pousar um pé que seja, nesta areia suja e imunda, e, peço uma enorme desculpa, por usar este vocabulário, tão fútil, contudo, não tendo outras palavras mais contentadas para poder usar, deixo isto mesmo, neste contexto tão triste e lastimoso..


«Com estes meus estudos, e até mesmo com o desporto que agora pratico semanalmente, confesso que não tenho tido um minuto que seja para te vir visitar, oh minha bonita praia..
Só espero que um dia me possas perdoar, por te ter deixado, sozinha, ao completo abandono da minha parte, enquanto estes humanos frios e sem coração se apoderaram completamente do que de melhor tu tinhas, nunca o sabendo dirigir e então te magoando, e ferindo, conseguindo fazer o que agora és..
Uma praia mais suja que limpa, uma agua mais podre que sóbria..
Confesso que nunca imaginei que isto fosse capaz de acontecer.
Se soubesse metade do que sei hoje, correria por ti e te teria salvado, por favor, acredita em mim!
Aqui, que passei os momentos mais especiais, da minha vida, tu bem sabes disso. Foi neste mesmo rochedo em que me encontro que recomecei o meu diário, porque á tanto me tinha esquecido, foi aqui que acabei de ler o romance de Lesley Pearse, eu sei que te lembras.
Isso mesmo, também foi aqui que o conheci.. Com aqueles seus cabelos castanhos e os seus olhos azuis mais límpidos que agua de praias mais exóticas..
Tudo bem que não resultou como nós queríamos mas, foi a experiência mais maravilhosa que me aconteceu, lembra-te disso..
Agora vou fazer de tudo, para que voltes a ser o que eras. Não pensei muito bem o quê, também não estava nada á espera que isto fosse acontecer, confesso.
Vai ser tudo diferente, eu sei que confias em mim. Não vou deixar que destruam nem mais uma dessas tuas algas submersas, muito menos, essa tua aragem bem cheirosa, que trazias de bem longe..


Não minha, mas do meu coração ternurento te deixo esta carta, minha praia "de infância, minha praia mais linda deste mundo".»

Vou cuidar de ti meu amor, até ao fim

( Recordações, de criança * )
Estamos a destruir-nos uns aos outros -

2 comentários:

  1. Não há problema ;)
    Não sei que dizer... Juro-te que este texto me deixou sem palavras... completamente!
    Está nas nossas mãos cuidar das nossoas praias. Está nas nossas mãos cuidar do nosso mundo, salvar o nosso mundo.
    Parabéns pq está realmente excelente.
    :*

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  2. Dás - nos a consciência do que estamos a fazer, está perfeito Sara <3

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Obrigada pela visita