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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

poetas de outro tempo

Preciso de escrever sobre o passado. Talvez algo que nem seja meu, que seja só porque foi. Tal como nos dizia Fernando Pessoa ("o poeta é um fingidor/finge tão completamente/que chega a fingir que é dor/a dor que deveras sente"). Tudo aquilo pela qual escrevo, tem ou teve sentido em mim. Que fosse outrora, que fosse ontem, tanto me faz. Tanto sei sobre o fingimento poético que hoje nada sei, já dizia Sócrates, que nada sabia. E Miguel Sousa Tavares já escrevia no Público, "Não há só os bons e os maus - há também maus que podem ter algumas boas razões e bons que podem ter comportamentos maus"... Terei eu, pessoa de bem comportamentos maus? Não que o faça com outrem, ora pois faço. A questão é: Serei eu masoquista ao ponto de praticar o mal para comigo mesma? Adolf Hitler falou no tempo da ditadura: "Não se pode viver verdadeiramente e desistir do que dá significado e propósito a uma vida inteira.", meu Deus, se o meu propósito for seguir as minhas ideias e crenças observando só os fins e esquecendo os meios, vou eu matar milhares de pessoas com o objectivo de viver verdadeiramente não desistindo do que dá significado e propósito a uma vida inteira? Compreendam, eu só quero escrever. Escritores só precisam de papel, caneta e um bocadinho de imaginação. Ter espingardas como modo de dar significado à vida é idiotice.

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