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sexta-feira, 30 de março de 2012

cancro de mama

Era novinha, tinha os meus 13 anos para ser mais concreta. Olhava-me ao espelho e ninguém entende nem saberá quantas lágrimas escorriam pela minha face. Sentia os meus olhos vermelhos de tanto chorar. E eu chorava, prosseguia. E nua, em frente ao espelho, olhava-me, e elas não conseguiam parar de correr. Não haviam motivos para elas pararem. Usava o 32 no peito, para não falar menos que é tamanho que não são todas as lojas a ter à mão. Tinha uma estrutura corporal normal, não era gorda nem magra. E usava o 32. Era um tédio ir a esse tipo de lojas, a minha auto estima só se atrevia a descer.
Os anos foram passando e como devem calcular esse foi só o tamanho que usei na iniciação do crescimento mamário.
Entretanto as coisas mudaram, e com elas, os complexos. Hoje tenho vinte e quatro anos, podia sentir-me mal por só ter um peito mas entretanto a vida fez-me entender que só temos de aceitar quem somos. Foi difícil quando recebi a noticia mas quem achou fácil de ouvir que levante a mão. As lágrimas escorreram-me novamente pela cara e lembrei-me de quando chorava nesses meus 13 anos. Aprendi que nada na vida é fácil, que tudo o que vem, vem com esforço, com dedicação e vem sobretudo quando conseguimos mostrar amor a nós próprios. E amo-me, claro que me amo. Não podia amar mais ninguém quando senti que toda a gente se afastava por me ver diferente. Então aprendi a gostar de mim à minha maneira. Da pior maneira mas a verdade é que aprendi.

2 comentários:

  1. que texto mais lindo..
    deixou-me a reflectir.. o que por sinal, é bastante bom :)
    muito bem
    um beijinho

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