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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

raquel


“Calma Raquel”, pensava eu, virando a face para o lado oposto. Os meus olhos passaram a ficar inundados de um rio que queria desaguar, infiltrar-se nos meus poros e escorrer até mais não. “Calma Raquel, os teus limites são superiores a isto”. E estava o rio num reboliço imenso, como que uma onda gigante que queria saltar cá para fora. As suas ondas eram tão imensas que me cegavam a vista, tentando eu estar imóvel tanto em sentido físico como em relação aos meus pensamentos negativos. “Calma Raquel, os teus limites são superiores a isto, tu és capaz”. E senti as minhas mãos tremerem, os meus olhos quase que rebentando de raiva...

Mas, vou-me eu matar outra vez por dentro? Vou-me deixar de novo afogar na imensidão das minhas lágrimas e não gritar porque o certo é estar calada? Foi aí que elas caíram, e o rio acalmou. Soube tão bem sentir-me livre, viva.


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