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domingo, 12 de dezembro de 2010

anjo meu


Tão perto, tão longe me encontro. O perfume dos teus livros ainda vagueia nos meus sonhos, é ele que me embala pela noite fora, enquanto espero que também me desperte.
E a cada vez que te relembro, recordo-te com mais saudade. Eu sei que estás aí, jamais duvidarei da tua presença, anjo meu.
Sei que és tu quem me tranquiliza quando soluço, que me secas as lágrimas com um sopro confortável, és tu quem me faz seguir o coração, pois de outro modo,  seria completamente incapaz de o fazer. 
Ainda sinto a tua mão suave e fria passar-me na cara, me acariciando levemente.

Lembro-me como se fosse hoje, como se as folhas coloridas das árvores, lá fora,  ainda voassem na mesma direcção e os pássaros entoassem a mesma melodia. Estava ali, perplexa, tentando e querendo soltar as palavras que o meu coração sempre amarrara, sempre guardara. Não creio isto seja um defeito, mas sempre pensei que se demonstrássemos tudo aquilo que sentimos, todos os dias, a toda a hora, quando pensamos ser mais importante falar, já não obtemos o devido significado, o significado que supostamente iríamos obter. Então, habituando-me a esta minha forma de pensar, foram tantos os anos em que deixei coisas por dizer, algo por falar, que agora, é-me difícil exprimir, complicado demais contar o que o meu coração habituou a selar.
E  olhei esses teus olhos de mel, tão calma, tão angélica, que para comigo disse que seria o momento, por mais que custasse, por mais que doesse 'desenferrujar' o meu coração. 
-"Amo-te muito. Amo-te desde que me lembro de existir. Sinto que é o momento ideal para te transmitir tudo o que deixei por dizer.
É injusto te querermos do nosso lado, a sofrer. No fundo, nós só pensamos em nós, pensamos no nosso estado, no melhor para o nosso bem estar. Mesmo quando não queremos somos egoístas, calculistas, insensatos. Se achas que é o melhor, vai, não te prendas pelos que te amam, segue o destino e não o tentes abandonar; é ele o nosso caminho, o nosso traço, o nosso jeito. Estou um pouco sem fôlego, mais do que difícil é tentar transmitir palavras que sempre senti não conseguir transmitir. Mas olha: ficando ou não ficando, vou pensar sempre em ti, de dia e de noite, com frio ou calor. Vais ser sempre o elo de felicidade entre mim e a felicidade, mesmo que não queiras fazer parte disso."
Só fechaste os olhos e a tua pele branca como a neve, assim ficou.
Será que me escutaste?
As lágrimas, escorreram no meu rosto, e senti que estava novamente a ser egoísta, visto que tu estarias partindo então para uma vida melhor.
Agora leio para te encontrar. Assim, sei que poderás estar sempre por perto. Sabes que olho por ti, tanto quanto olhas por mim. Oiço ainda o som das páginas que desfolhas com carinho: é só mais uma etapa complicada da nossa vida, que tal como as outras, tem de ser enfrentada.

amo-te desde sempre, para sempre

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