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terça-feira, 6 de julho de 2010

BATIMENTO CARDÍACO

Estou dentro de casa. O calor abafou-se nesta divisão em que me encontro, e o suor está a escorrer entre os meus seios, nas minhas costas. Não quis sair, não quero sair, não sairei. Fico fechada do mundo, aberta ao abismo, interpretem-me como vos der mais jeito, já que o mundo é feito disso: de jeitos. De opiniões, de dúvidas. Como queiram.
Olha, já não vale rigorosamente nada. Não vale o facto de viver, quanto mais o facto de ser uma misera migalha  no espaço.  Sou eu tão contraditória quanto a tudo, que até neste facto contrario a lógica. Viver só serve para alimentar o desejo de morrer.Só isso.
E quando relembro todo o passado, só sei que deveria ter feito menos. Que deveria ter andado apenas 'flutuando' no tempo. Não valeu de nada tudo o que fiz. Não valeu porque eu não valho nada.
E agora aperto os lençóis como quem está preso a uma pedra quase caindo de uma montanha. Agarro-o com todas as minhas forças. E as lágrimas escorrem pelo meu rosto sem cessar. 
O meu coração apertou de tal modo que não consigo respirar nem uma partícula de ar.
Tu sabes onde estou, só não me queres encontrar. A minha alma escorre sangue.


Morrerei.
(não me deixes morrer...)

sara m. silva

3 comentários:

  1. (um possível mau sentimento, uma invejável representação do tal)
    BOAAAAAAAAAAAA ;)

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  2. quando disseste " quero fazer disto um futuro" referias-te a quê Sarah? ;p

    [ Mais um texto que gostei bastante! ]

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