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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Livro de Saudade .

Eu não tenho ideias.
A minha vida reflectiu-se ao perfeito vazio , talvez, como aquele livro em que cheguei ao fim de duas páginas não muito bem lidas, e então o deixei por um canto, á espera que a minha mãe o arrumasse, na prateleira de cerejeira, que havia num pequeno canto da sala-de-estar.
Tanta coisa por estudar, os testes intermédios mais perto do que pensara..

Mesmo assim, lá fazia eu as minhas "contas" de cabeça ( O Concerto é no dia 16, logo o Fórum vai ter de ser dia 15 pois tenho de levar aquela camisola azul com aquele pormenores lilás na gola, que vi pimkie no Domingo passado..) tentando que tudo ficasse perfeito. Aquela noite, tinha de ser "o mágico", o mundo, algo que me iria valer de muito, para tentar ou até mesmo conseguir ultrapassar todas estas dificuldades que se atravessavam no meu caminho, sempre que pensava que tudo estaria bem e bem..

A morte da minha Avó, aquele meu desgosto amoroso anterior, tudo isso que me maltratava interiormente .
Então aquela minha saída com ele, estava a cortar-me todos os outros pensamentos delineados á uns dias..
Planeava tudo tão promenorizadamente, como que preparasse uma fugida por um longo prazo, então, pois parecia ser mais que um dever, mais que uma obrigação.
Já só faltava um dia, e o meu coração palpitava bruscamente desde então.

Eu que amava mais aquela personagem básica e pacata, do que amava os meus próprios sentidos, estes meus sonhos tão desconfiados..
Deitei-me naquela noite, consegui dormir, umas duas horas no máximo .
Fiz tanta coisa.. Quis estar para além do melhor.


Ondulações no cabelo, uma maquilhagem bem estravangante contudo, bem harmoniosa.
Vesti uma roupa que nem tinha previsto, bem mais bonita por acaso.
Uns sapatos, salto cunha castanhos, não condizendo com a mala pois pelos concelhos da rapariga da loja, esse truque não se utiliza nesta estação, nem nas próximas me parece.
De acessórios resolvi não exagerar. Levei apenas uma pulseira que ele me tinha dado uns dias depois de nos conhecermos, para notar que eu realmente dava valor a tudo o que ele me proporcionava.

E então, saí do meu quarto e resolvi mostrar aos meus pais, o resultado de todo o trabalho que me deu aquele momento .
Ficaram com os olhos brilhantes, notei eu. Quando o meu pai, estava a tentar soltar a sua opinião, toquei-lhe com as mãos nos lábios e disse:
- Só quero a vossa opinião, amanhã.
Hoje todas as opiniões só lhe pertencem (a ele, a ele, e a ele continuava eu a pensar)..

Então peguei no telemóvel, e decidi mandar-lhe uma mensagem, referindo a minha pontualidade, já estava bem pronta, e até antes do tempo.
E fiquei, perplexa em frente ao mesmo, vendo quando tempo me demoraria a responder, tentando esconder o sorriso "mais mal escondido" de todo o sempre!
E logo, recebi a sua mensagem, dizendo:

-"Sara hoje não me apetece muito ir ver o concerto, por mais interessante que fosse ou melhor, que eu sei que seria :'s"

O que fiz eu, depois de ler esta mensagem ?

Vocês já devem calcular, ...






SONHAMOS TANTO, QUE POR VEZES MAIS VALE NÃO SONHAR

2 comentários:

  1. Fogo adoro mesmo o texto, apesar das circustâncias :$
    Descreves as coisas com uma facilidade que invejo :).
    E não deixes que isso te afecte pois a dor é inevitável mas o sofrimento é opcional.
    Beijos

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  2. Retribuo o agradecimento :]
    E gosto mesmo deste texto, é um prazer poder lê-lo .
    :*

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